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09/10/2017 - Al Capone: APM abre mostra fotográfica sobre o lendário gângster
Certidão de nascimento, infância, família, grupo de criminosos, descarte de bebidas clandestinas por agentes do governo norte-americano e prisão. Essas são algumas das 23 imagens da exposição “Al Capone: o ícone da máfia” iniciada na última segunda-feira (9), no espaço multifuncional da Associação Paulista de Medicina. As reproduções da mostra - coordenada pelo diretor Cultural da APM, Guido Arturo Palomba, com apoio do Instituto Internacional de Estudos de Polícia Judiciária (Interpoj), - são de Angri, comuna italiana.
O presidente da APM, Florisval Meinão, ressalta que a parceria de sete anos entre a Associação e o Interpoj permite um diálogo maior entre o Direito e a Medicina. E a exposição propõe, com isso, buscar soluções para a melhoria da qualidade de vida da população no combate ao crime organizado e às drogas ilícitas.
“São duas ciências que andam em paralelo, cada qual com seus meios de atuação. Entretanto, no final, o objetivo de ambas é o mesmo: visar sempre o bem-estar social. Eu penso que a união entre a APM e a Interpoj, como todos os setores da sociedade, é importante no sentido de lutar contra o tráfico, um grave problema que vivemos atualmente na história, não só do nosso País como do mundo. Na época do Al Capone, essa questão estava relacionada à bebida alcoólica; hoje, os grandes problemas são a produção, a comercialização e o consumo de outras substâncias proibidas.”
Na condição de representante da Interpoj, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Ricardo Cardozo de Mello Tucunduva também comemorou mais um evento conjunto entre as instituições. “Essa mostra é uma continuação dos dois últimos congressos do Interpoj que abordaram a criminalidade organizada, um deles realizado na Itália, tendo uma excelente palestra do Dr. Guido Arturo Palomba, e outro aqui no Brasil. E quando se discute o assunto, obviamente o Al Capone é um dos personagens principais”, afirma.
Tucunduva acrescenta que a transgressão atual extrapola as fronteiras territoriais. “Está globalizada, digamos assim. Os problemas enfrentados lá na Europa são similares aos do Brasil. Na época do Al Capone, aquele crime estava restrito aos Estados Unidos. No país italiano, ele tinha ligações apenas em decorrência da sua mãe, que morava em uma cidadezinha que se chama Angri, de onde, aliás, vieram todas essas fotografias.”
Bibliografia
Nascido em 1899 no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, Estados Unidos, Alphonse Gabriel Capone viveu sua infância e adolescência participando de quadrilhas juvenis e trabalhando para famosos gângsters italianos como Frank Yale. Passou a ser reconhecido por chefiar um grupo de criminosos que agiam com contrabando e venda de bebidas alcoólicas, durante a Lei Seca, entre as décadas de 1920 e 1930, além de controlar informantes, casas de jogos, bordéis, bancas de apostas e clubes noturnos.
“Al Capone, uma figura icônica, é de um momento histórico em que o delito era romântico: revolver era tambor, a lei seca, os intocáveis, os códigos de honras. Tais atribuições não fazem mais sentido na contemporaneidade, diante das metralhadoras, velhacarias e traições”, ressalta Palomba.
Após ser condenado em 1931 pela justiça americana a 11 anos de prisão, em Alcatraz, sem condicional por sonegação de impostos, teve a pena revisada por apresentar graves distúrbios mentais ocasionados pela sífilis terciária.
“Isso me interessa muito dentro da minha formação psiquiatra forense. Al Capone não cumpriu a sentença porque sua mente estava tão doente que ele não era capaz de articular qualquer tipo de violação, ou seja, não representava nenhum tipo de periculosidade social. Morreu novo, com 48 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral, dormindo”, finaliza o diretor Cultural da APM.
A abertura do evento contou com coquetel e apresentação do trio musical Guy Sasso (contrabaixo), Billy Magno (sax-clarinete) e Iuri Salvagnini (teclado).
APM / Exposição Fotográfica Al Capone
Data: de 10 de outubro a 24 de novembro
Horário: de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h
Local: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 – Bela Vista – São Paulo, SP
Informações: (11) 3188-4304/4305
Realização: Associação Paulista de Medicina
Apoio: Instituto Internacional de Estudos de Política Judiciária (INTERPOJ)
Fotos: Marina Bustos