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A menos de uma semana do Natal, Papai Noel fez sua visita antecipada à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em mais uma edição do projeto Alegrando a Santa Casinha, parceria da Associação Paulista de Medicina (APM) e o movimento Mulheres da Verdade, que leva alegria e carinho aos pequenos pacientes, alguns deles moradores do hospital.

O dentista Sérgio Paiva, marido de Márcia, uma das pediatras do hospital, incorporou o personagem principal. Vestido a caráter, do gorro ao cano da bota, Papai Noel e mais de uma dezena de ajudantes passaram pelos quatro andares da ala de pediatria do hospital distribuindo cerca de 450 presentes e incontáveis sorrisos para crianças, acompanhantes e funcionários da instituição.

Três músicos acompanharam o grupo, tocando cantigas infantis e canções natalinas, o que deixou o clima ainda mais emocionante e levou muita gente às lágrimas, como a chefe de enfermagem Eliane Redondo - que confessou chorar a cada ação do Alegrando a Santa Casinha - e o próprio Noel. Pela primeira vez como bom velhinho, ele disse ter se emocionado com a felicidade que as crianças irradiam, "mesmo com os probleminhas que cada uma tem". Contrariando a tradição, Sérgio aproveitou o traje para fazer o seu pedido, que não poderia ser outro senão saúde, "para que Deus abençoe cada família e ajude cada criança a se recuperar".

O Alegrando a Santa Casinha recebeu o apoio da Associação Cruz Verde e contou, ainda, a apresentação do coral de Idosos do Projeto Educacional Capuano (PEC) e a soltura de três mil balões em frente ao prédio, para que as crianças pudessem ver pela janela, já que muitas delas não podem sair de dentro dos seus quartos.

Por trás dos brinquedos

A entrega dos presentes durou cerca de uma hora e meia, mas o Alegrando a Casinha havia começado bem antes, com a decoração em todos os andares do prédio. Foram utilizados adesivos com temas natalinos e infantis, feitos de material atóxico e de fácil limpeza, preenchendo de cores e alegria os elevadores e corredores da instituição.

Idealizadora do projeto, a diretora de Ações Comunitárias da APM, Yvonne Capuano, fez questão de estar presente e agradecer o apoio do provedor da Santa Casa, Kalil Abdalla, e do presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi. Ela classificou os dois médicos como "pessoas privilegiadas por Deus" porque entendem que "medicina é a gente fazer o que pode pelos outros, não só na área médica, mas também na área humana".

Curi, por sua vez, ressaltou a importância da Diretoria de Ações Comunitárias, área que considera fundamental na medicina. "É impossível fazer medicina sem pensar em ações sociais. Essa Diretoria ajuda a preservar os valores fundamentais da profissão, tais como humanização e solidariedade, base da relação médico-paciente."

Já o provedor da Santa Casa aproveitou a ocasião para revelar um novo projeto, que consiste em aproveitar para a ala pediátrica do hospital os recursos da Nota Fiscal Paulista. "Vamos pedir àquelas pessoas que não declaram o CPF na Nota Fiscal que as enviem para a Santa Casa."

A partir do próximo ano, serão colocadas urnas de coleta de notas fiscais em vários pontos da cidade. Uma funcionária da Santa Casa vai cadastrar as notas com o CNPJ da instituição e o dinheiro será usado para montar uma casa de apoio a crianças em estado terminal paliativo. Segundo Kalil, o hospital já tem em vista uma residência próxima, que poderia ser reformada para receber os pacientes. A data de instalação, entretanto, dependerá da arrecadação.

Fotos: Thaís Ribeiro