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21/08/2018 - Até 21 de setembro: APM inaugura exposição ‘Metamorfismo’, de Leila Lagonegro
Manchas aleatórias na tela são o ponto de partida para estimular a criatividade abstrata. Assim, a paulistana, psiquiatra e psicanalista Leila Lagonegro define sua produção artística. Para contemplar a riqueza de detalhes de suas obras, o espaço multifuncional da sede social da Associação Paulista de Medicina recebe a mostra ‘Metamorfismo’ - que fica aberta ao público, com entrada franca, até 21 de setembro (de segunda a sexta-feira), das 10 às 20 horas.
“Mais uma vez, estamos acompanhando a expressão artística de colegas médicos aqui no espaço da nossa entidade. A APM, tradicionalmente, se envolve na promoção cultural, notadamente da pintura. De tempos em tempos, entre um Portinari, uma Anita Malfatti e uma Tarsila do Amaral, temos exposições de profissionais da Medicina, que não deixam nada a desejar em relação a esses grandes nomes de referência”, afirmou o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, na inauguração da mostra, ocorrida na última segunda-feira, 20 de agosto.
São 15 obras espontâneas, datadas de 2005 e 2018, feitas principalmente com tinta acrílica. “Começo a pintar manchando a tela, depois busco formas dentro daquilo que proponho, vou montando tudo da imaginação”, relata Leila.
Arte x Medicina
O amor da médica pelas artes plásticas surgiu ainda na infância, quando desenhava com lápis de cor, no máximo com guache. “Nos trabalhos escolares, gostava de desenhar personagens históricos”, relembra. No período da faculdade em Medicina, afastou-se da pintura. “Ao me dedicar à Psiquiatria, em uma análise pessoal, resgatei aquele desejo de criança de pintar.”
Iniciou suas obras nas oficinas de pintura na Pinacoteca de Piracicaba, em 1980, participando nos anos seguintes de aulas de gravura e pintura contemporânea, tendo contato com expoentes como Antonio Peticov, Leda Catunda e Rejane Cintrão. Atualmente, tem como tutora a artista Deborah Paiva, do Instituto Tomie Ohtake.
Sobre a união da pintura com a Medicina, ela afirma que é um fator que contribui para despertar sua sensibilidade. “Em termos do psiquismo, inspira-me a questão da mente e das emoções. Já fiz inclusive uma oficina de arte em uma clínica psiquiátrica. Contribuiu para que eu trabalhasse analiticamente com os discursos dos pacientes, trazendo uma condição de vida melhor para eles por meio da arte.”
Dentre os prêmios que coleciona, destacam-se a grande medalha de bronze do V Salão Oficial de Belas Artes de Matão (1980), medalha de prata da 1ª Mostra de Arte Contemporânea Brasileira Expofair - Lisboa (1985), Medaille D’Or-Exposición d’Art Contemporain – Nice (1987), homenagem especial placa de prata de Itaipu Binacional - Foz do Iguaçu e pequena medalha de bronize no Salão de Artes Plásticas de Arceburgo – Minas Gerais (2015).
Exposições de médicos
Desde a inauguração do espaço multifuncional, em junho de 2017, a Associação Paulista de Medicina já recebeu outras três mostras de médicos que também são artistas: “Kuroiwa: desenhos e pinturas”, de Wagner Kuroiwa; “As Flores no Caminho”, de Floriana Bertini; e “Os Carnavais de Boris”, de Boris Arrivabene.
“Aproveitamos este espaço nobre para fazer mostras mais rápidas, com a intenção de apresentar os novos valores da arte plástica brasileira. A nossa intenção é divulgar a arte, de modo especial aquela criada pelos médicos. E ao final das exposições, uma obra ainda fica para enriquecer o acervo da nossa Pinacoteca”, explica o diretor Cultural adjunto da APM, Guido Arturo Palomba.
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Fotos: Marina Bustos