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Um dos principais centros de apoio comunitário do Parque Mandaqui, zona norte de São Paulo, o Projeto de Incentivo à Vida (PIVI) recebeu a terceira edição do Projeto Doutor Cidadão em Ação, na última sexta-feira, 30 de maio.

A palestra Educação em Saúde – Higiene, apresentada para 40 crianças com idades entre 4 e 9 anos, ensinou, de forma lúdica e divertida, um dos hábitos mais importantes que devem ser incentivados nos pequenos: lavar corretamente as mãos. Foi explicado como a contaminação pode ocorrer facilmente quando não há o cuidado de higienizar as mãos, principalmente antes das refeições, além do risco de levar mãos sujas à boca e ao olho, por exemplo.

"O que está sendo falado aqui reforça o trabalho que desenvolvemos na entidade. Esperamos, agora, que as crianças repliquem em casa o que aprenderam e disseminem para seus familiares. Para essa faixa etária, é na brincadeira que se desenvolve o cotidiano”, disse o pedagogo Alberto Eduardo Rego Lins, presidente do PIVI.

Interessadas e participativas, as crianças, que passam praticamente todo o dia na instituição, assistiram atentas às explicações, principalmente quando a boneca Lena entrava em cena. Feita de pano, possui uma abertura da barriga para mostrar a posição do pulmão, rins, coração, estômago e intestino. Dessa forma, o tema fica mais concreto e fácil de ser compreendido pelos pequenos.

Além de Lena, que personifica uma paciente do Doutor Cidadão, duas bactérias também de pano são utilizadas na história que o médico e a cientista contam para mostrar a importância da higiene. Ao final, todas as crianças passam pela experiência de lavar as mãos sob a supervisão dos educadores. 

"Eu não sabia que tinha de lavar o pulso com sabão. Nunca me ensinaram assim”, contou a pequena Alana, de 6 anos. Para Alícia, de 8 anos, além do pulso, a novidade era lavar o dedão: "A gente precisa esfregar um dedão de cada vez. É diferente”.

Para finalizar, um lanche foi distribuído pela equipe do projeto. "O que é novidade costuma ser fixado pelas crianças. A ação, da forma como ocorreu, terá bons resultados”, acredita Iodete dos Santos, monitora. 

Em outubro, mês das crianças, a equipe do Projeto Doutor Cidadão em Ação retornará ao PIVI e outras três instituições visitadas para conferir a exposição de desenhos feitos pelas crianças sobre a palestra. Para isso, todas ganharam kits de desenho, como se fosse uma lição de casa.

 "É preciso buscar uma linguagem bem acessível para que as crianças consigam assimilar a informação e passem adiante. Nos próximos dias, tenho certeza de que vamos ouvir dos irmãos mais velhos comentários sobre a ação de hoje”, finalizou Carolina Augusto Papaioanou, coordenadora do Projeto Lazer, Educação e Cultura (LEC) da entidade.

Sobre o PIVI

Em 2005, ainda funcionando como casa abrigo, a entidade atendia crianças em situação extrema de vulnerabilidade. Seis anos mais tarde, houve mudança na natureza dos serviços prestados à comunidade e, em 2012, deixou de ser uma casa moradia e conseguir atender a um número mais significativo de crianças. Com a alteração, as 26 crianças do abrigo foram transferidas para uma casa doada por um empresário. 

A partir daí, a coordenação do PIVI passou a investir em projetos educativos, mesclando atividades diversas com a implantação de oficinas de artes, esportes e artesanato. Entre as ações que se destacam estão as olimpíadas de matemática, redação e soletração. Atualmente, a entidade atende cerca de 70 crianças com idades entre 0 e 6 anos, outras 80 com idades entre 7 e 14 anos, além de 30 jovens que participam das oficinas profissionalizantes. 

O PIVI, associação sem fins lucrativos, não recebe auxílio do poder público e consegue se manter por meio de campanhas na comunidade, doação e apoio de empresários.

Fotos: Osmar Bustos