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A Associação Paulista de Medicina (APM) – Regional Botucatu organizou, em agosto último, a exposição "Hiroshima e Nagasaki". Cerca de 6.300 alunos, de escolas públicas e privadas da cidade, puderam conhecer um pouco mais da tragédia das bombas atômicas lançadas no Japão na Segunda Guerra Mundial.

O evento foi tratado como uma ação educativa em favor da paz e contou com mostras de filmes japoneses, apresentação histórica, produção de tsurus (pássaros de origami), pôsteres e textos informativos. Os materiais vieram diretamente do Japão por meio de uma parceria com a Associação Médica de Hiroshima.

Um dos destaques do evento ficou por conta do concurso de redação entre os alunos presentes com o tema "A Paz”. A vencedora foi Luiza Bauer Amaral Costa, estudante do 9º ano da Escola Cristã. Confira a redação na íntegra: 

O lamento de um guerreiro

Um dia, aparentemente normal, transformou-se em destruição de vidas e sonhos.

Dor, medo e pranto. Uma avalanche de sentimentos tomou conta de mim quando me deparei com aquela cena chocante.

Até hoje, não entendo o real motivo pelo qual Hiroshima e Nagasaki sofreram um ataque de bomba atômica. A catástrofe resultou em mortes e graves doenças. Tal desastre foi tão intenso que afetou a saúde de sobreviventes e de futuras gerações.

Eu estava a trabalho em Hiroshima, concluindo um projeto de engenharia de uma multinacional na cidade.

A explosão ocorreu de repente, fiquei desacordado por alguns instantes. Quando abri os olhos, tudo parecia irreal, fiquei em estado de choque.

Só ouvia gritos de desespero, via construções abaladas e pessoas mortas do meu lado.

A paz, que outrora prevalecia naquele local, desvaneceu-se.

A situação me comoveu. Estava com o corpo parcialmente queimado, por isso recebi todos os cuidados possíveis para que eu pudesse me recuperar rapidamente. Pensava muito em minha família, mas minha maior preocupação estava naquelas vidas. Sentimentos que se alojaram em mim foram de frustração e vergonha do meu próprio país.

Fui à procura de recursos, a fim de ajudar aquela população desabrigada e sem esperança. Voltei aos Estados Unidos e entrei em contato com uma fundação de caridade.

O mais importante disso tudo é que minha divulgação espalhou-se por toda a região de Ohio, onde morava. Muitos mobilizaram-se e, num ato de paz, uniram-se em prol da saúde e bem estar dos sobreviventes.

Infelizmente, muitos de nós só dão valor à paz quando estão em meio à guerra. Precisamos valorizar cada momento e detalhe de nossa vida, pois, afinal, a paz começa dentro de nós mesmos. A paz começa quando nosso coração está em Deus.